ARTE
Ao longo da história da humanidade, sucederam-se vários estilos artísticos e, a acompanhar, várias teorias procuram explicar o significado e a finalidade da arte ao longo de seculos, as técnicas e os materiais de produção artística predominantes em cada época histórica.
A maioria dessas teorias fala de dois polos na forma de representação artística. Por um lado, encontramos artistas expressionistas com a intenção de revelar a realidade interior, com intenção ou com exagero formal, e, por outro lado, há artistas que enveredam por apresentar, com algum grau de objetividade, aspetos da realidade interior.
Sendo assim, podemos concluir que Arte é a expressão do Homem através de diferentes manifestações que representam ou interpretam um determinado fenómeno ou situações reais, ou imaginarias, que incidem na sensibilidade humana.
Arte Moçambicana
Os nossos antepassados deixaram-nos uma herança coletiva muito diversificada. Actualmente existe pouca literatura acerca da história da arte moçambicana, apesar da sua vastidão e riqueza, sendo de destacar as oberas que têm, ao longo dos anos, o património artístico nacional.
A pintura, a escultura, a cerâmica e a cestaria são algumas das manifestações artísticas que integram o universo cultural moçambicano.
Nos últimos tempos, a atuação do Homem, com o aumento do número de indústrias, o aparecimento de meios de transporte motorizados e a guerra, tem vindo a afetar e a provocar alterações ou até mesmo a destruir este legado, pondo, desta forma, em perigo o património.
Algumas contribuições que cada um de nós pode dar ao nível do património podem ser Ações de sensibilização sobre o valor do património, ajudando a identificar elementos do nosso património ainda desconhecidos participando na sua inventariação e em ações de restauro e conservação.
Pintura
Como é já sabido, sabido a pintura é uma representação que resulta da aplicação de tinta numa superfície. A realização da pintura requer sempre a presença de um suporte de tinta e, se possível, de fixador. Todo o trabalho de pintura caracteriza-se pela presença de cor.
Região de Moçambique
A pintura como obra de arte, em Moçambique, é relativamente nova em relação a escultura, pois esta durante muito tempo esteve ligada à pintura corporal, isto é, tinha como suporte ou superfície o corpo humano. As pessoas pintavam o seu corpo com fins rituais ou estéticos - basta lembrar o rosto pintado de mussiro – e assim se representava a pintura que podia incluir todo o corpo.
A pintura como obra de arte começa a enraizar-se em Moçambique de forma pronunciada a partir do século XX, com a imigração de alguns pintores ou descendentes de colonos vindo da Europa (Portugal) ou Ásia (India Portuguesa-Goa), mas é com fundação do Núcleo de Arte da antiga Lourenço Marques, atual Maputo, que se vai popularizar esta arte, chegando a ganhar mais destaque com a entrada de pintores como Malangatana Ngwenya, Jacob e outros.
Joalharia e Ourivesaria o Ibo
É a arte de produção de joias que envolve todos os aparatos ornamentais, tipicamente feitos com gemas e metais preciosos como prata, ouro, platina e paládio. Hoje, porém, com o desenvolvimento do design, a joalharia pode ser feita com praticamente qualquer material como titânio e nióbio além de resinas e outros polímeros .
É um tipo de arte escultórica surgido na província de Cabo Delgado, em Moçambique, que ao longo dos tempos se estendeu por todo o território nacional. Esta escultura revela grande domínio da técnica do trabalho em madeira mas também grande poder de criação artística, representando animais e seres humanos, normalmente em atividades do dia-a-dia da sociedade.
Em muitas das suas criações, embora procurando partir da configuração de tronco de árvores, compõe outras formas fazendo a combinação de cores da parte interna e externa do tronco escolhido.
Na escultura Maconde existem dois estilos mais usados, que são:
v Shetani: aquela que apresenta figuras fantásticas ou do mundo imaginário, geralmente estas esculturas são de madeira perfumada como se fossem desenhos feitos em forma linha em pau-preto.
v Ujamaa: aquela que apresenta esculturas com rigor técnico de representação anatómica, isto é, respeita as formas naturais para representar os seres humanos e ou animais.
Dança Nyau
É uma dança de elevado valor artístico cultural, praticado em Moçambique e em alguns países vizinhos, e está relacionada com a manifestação de poder, resistência revindicações, contextuação contra a inovação externa, o que faz com que seja uma dança essencialmente masculina cuja a participação feminina é recente e menos ativa. Em Moçambique é praticada fundamentalmente em 8 distritos da província de Tete. O Nyau foi a 25 de novembro de 2005 proclamada pela UNESCO, obra-prima do património oral e material da humanidade.
Mussiro
Pintura na cara com pó branco, é utilizado como perfume, creme, amaciador de pele e balsam tradicional e combate ao surgimento doença de borbulhas e ao envelhecimento da pele.
Xilogravura
É uma prática existente na cultura Maconde e em outras espalhadas em grandes centros urbanos e desenvolvidas pelos artistas. É uma Acão de escavar uma superfície de madeira criando relevo e produzindo imagens na superfície não escavando que para tal é pintada e prensada.
Temos grandes representantes da xilogravura, entre eles, o escultor Matias Ntundo natural de Nandimba-Mueba em cabo delgado em 1948, que se dedica também a escultura de pau-preto
Região Centro
Cestaria
A cestaria moçambicana tem como principias referências a produção de objetos utilitários como: cestos, carteiras, peneiras, chapéus, celeiros, mascaras, malas esteiras de palha.
Os cestos são objetos que testemunham a vida dos seus fazedores, assim como a dos utilizadores. Estes objetos, e a criatividade dos artistas que as produzem e também as historias, as vivencias e a vida social da comunidade. Actualmente, esta arte secular do nosso país tem evoluído de modo a adaptar-se ao contexto atual, aparecendo com uma nova forma ou design, sendo que as restantes para livros, as cadeiras de descanso, as bases de mesa os porta-vasos e outros constituem exemplos vivos desta adaptação aos tempos de hoje.
Região Sul
Xidzalas
É um cesto bem típico da província de Inhambane, mais concretamente do distrito do Vilankulo. É tradicionalmente produzido pelas mulheres e transmitida a sua técnica de mãe para filha de modo a preserva-se a sua manufaturação e para que nunca falte em nenhuma casa como utensilio domestico usado para guardar essencialmente os alimentos secos e mesmo alguns alimentos líquidos ou bebidas de fabrico caseiro (com a malha mais fechada).
O processo de fabricação deste cesto bastante demorado, porque a malha tem de ficar bem apertada e porque as mulheres que o produzem só podem dedicar-se a este trabalho nas suas horas livres.
É essencialmente utilitário, mas mesmo assim tem decorações que lembram flores, figuras geométricas e motivos abstratos algum dos quais com recurso à casca de arvore. Gradualmente vão se introduzindo desenhos contemporâneos e criando novas formas com outras utilidades para ir de encontro ao agrado de um mercado cada vez mais exigente.
Timbila
A m´bila (Timbila) é um instrumento de percussão do tipo xilofone. Pode ser encontrada em várias dimensões. É feita com placas de madeira, tendo como caixas de ressonância as cascas de massalas.
A Timbila é uma expressão representativa da diversidade cultural e de um património cultural, cujo valor ultrapassa as fronteiras da etnia chope da zona de Zavala em Moçambique.
Após a independência iniciaram-se esforços tendentes a proteção e valorização da cultura tradicional. Em 2005 sob a proposta do Governo de Moçambique, a UNESCO declarou a timbila como «Património da Humanidade».
Escultura
O ato de esculpir está ligado ao aparecimento dos primeiros instrumentos de trabalho. Um dos materiais a serem esculpidos terá sido a pedra e os grandes mestres conhecidos na atividade esculpir são os gregos, no caso da Europa, donde sobressaem nomes de escultores como Fídias, enquanto em África foi a madeira como é o caso de Moçambique. Esta arte apareceu como um trabalho de equipa, chegando a ser de caracter individual como é hoje. Ao longo da história, nem sempre o observador foi solicitado, perante um escultura, a tornar-se um observador móvel.
Na idade media, por exemplo, as esculturas aparecem associadas à arquitetura. Muitas das estátuas produzidas na época eram estatuas-colunas, não havendo, por isso, necessidade nem xos-relevos, que também se encontravam incorporadas na arquitetura.
Batik
A partir das experiencias adquiridas sabemos que as técnicas têxteis são muito mas é possível não conhecer a técnica relacionada com o batik.
Batik é uma técnica sobre têxteis aplicadas para tingimento e decoração de tecidos.
Existem vários processos de produção de batik, por exemplo, batik de cera, para a produção de este tipo de processo utilizam-se materiais como: uma panela, vela, fosforo, luvas de borracha, tinta de tingir, ferro de engomar papel absorvente e pano.
Tinturaria
É o processo de modificar a cor da fibra têxtil usando processos químicos, como corantes extraídos de plantas e resíduos minerais. A arte de tingir tecido existe há muito tempo.
Pode-se amarrar uma das extremidades ou partes que podem criar um efeito interessante de acordo com o desenho. A tinturaria coloca manchas, de maneira coordenada que cria um efeito interessante, pela sua capacidade de mistura e equilíbrio das cores.
Considera-se Arte Medieval a arte nascida do rescaldo das invasões e lutas entre povos do ocidente e europeu, no período compreendido entre os séculos V à XII.
A arte Medieval pode ser compreendida em várias manifestações artísticas como a pintura e a escultura. Na arquitetura predominou a construção de mosteiros, igrejas e basílicas, onde prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita e abobadas (influências da arte romana).
Arte Bizantina
O termo Bizantina refere-se à expressão artística de carácter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por influência politica – religiosa, expandiu-se para religiões fora das fronteiras imperiais.
Arte Gótica
Desenvolve-se na Europa, principalmente na França durante a idade media e é identificado como cátedras.
Partir do século XII a França conheceu transformações importantes caracterizado pelo desenvolvimento comercial e urbano pela centralização politicam, elementos que marcaram o início da crise do sistema feudal. Deve-se intender o desenvolvimento da época ainda a realização sendo Deus como elemento supremo.
Arte Romana
Desenvolveu-se durante 6 séculos (146 a.C) até século IV d.C, quando perde originalidade este disca vina crista primitiva e bizantina. A arte romana foi influenciada por: arte truscal voltada para expansão do ideal da beleza. Um dos culturais mais importante que os estruscos deixaram aos romanos foi o uso do arcor abordada nas construções
É um nome dado a estilo artístico vigente na Europa entre o século X e XIII durante da história de arte comumente conhecido como românico, o estilo é visto na igreja católica construída apos a expansão cristicinismo pela Europa e foi primeiro apos do império romano.
Arte Contemporânea
Designamos por Arte Contemporânea, a manifestação artística surgida na segunda metade do século XX e que se prolonga até aos dias de hoje.
Chamamos também Arte Contemporânea aquela que se produz actualmente com diferentes formas de linguagem plástica, isto é, para além da pintura e escultura vai expressar-se através do cinema, da moda, do teatro e da dança sem deixarem de ser Artes Visuais ou Plásticas.
Como forma de distinguir das outras artes acima referidas, surgiram novos nomes com a arte contemporânea como:
v Performance: arte de ação (dança e gestos) e interações com o público.
v Instalação: aquela que se forma com muitos objetos ou formas sem deixar de ser uma única obra.
Artistas Africanos
Artistas Moçambicanos
Ntaluma: nasceu em Nanhagaia, na província de Cabo Delgado. Em 1992 criou, em Maputo, juntamente com um grupo de amigos, a “Favana Grupo de Escultores Makondes”. Começa, em 1994, a ensinar a sua arte e, hoje, a sua reputação espalha-se já pelos quatro cantos do globo.
Silva Dunduro: é outro dos grandes pintores de Moçambique, que se detém a retratar os marginalizados como deficientes, velhos, prostitutas, etc. os seus quadros, de cores vibrantes e de formas vigorosas, refletem a sua preocupação com a sociedade moçambicana.
Alberto Chissano: é o «mestre da madeira e do mármore», como tem sido chamado. Nasceu em Manjacaze, em 1934, e morreu em 1994, em Maputo. As suas obras são essencialmente tristes, refletindo dor e sofrimento, sentimentos que parecem ter acompanhado o íntimo deste escultor durante toda a sua vida. A fundação Alberto Chissano opera na sua própria residência.
Malangatana Valente Nguenha: autodidata, começou a expor em 1959, projetando-se internacionalmente como um dos emblemáticos pintores africanos. Desenvolveu as suas habilidades em áreas como desenho, aguarelas, tapeçaria, cerâmica, gravura, escultura monumental em ferro e cimento. Realizou inúmeros murais em Moçambique, Portugal, Africa de Sul, E.U.A., Suécia, Chile, Grã-Bretanha e Suazilândia.
Artista Zimbabwiano
Silvester Mubayi: uma das figuras incontornáveis do movimento artístico desenvolvido pelo povo shona. Mubayi, a semelhança de muitos jovens da sua idade, abandonou a escola logo apos de concluir o nível do ensino secundário e passou a trabalhar como agricultor produzindo tabaco, como forma de procurar a estabilidade financeira.
Artista Sul Africano
Gerald Bhengu: nasceu 6 de Setembro de 1910 em Natal e morreu a 26 de Outubro de 1990 em Umlazi, Durban. Ilustrou livros de Kohler e artigos sobre Bhca e a cultura de Kuze. Em 1938 Decídio ser um artista a tempo integral e mudou-se para Durban. Produziu várias paisagens de aspetos descrevendo a vida tradicional. Bhengu participou numa coletiva na galeria de arte de Durban em 1947 e primeira individual em Johannesburg em 1948.
George Lilanga di Nyama: nasceu em 1934 na Tanzânia como a maioria macondes, e aprendeu a escupir nas raízes macias kassava, para posteriormente, sob a orientação de Mzee Sumaili, passaram a escupir em madeira dura (mpingo, também conhecida por jacarandá africano ou pau-preto). O passo mais importante na careira de George ocorreu em 19978, quando participou numa exposição coletiva em Washington em que estiveram patentes mil peças da sua autoria. Na ocasião o «The Washington Post» comparou o trabalho de Lilanga a Arte Brut de Jean Dubuffet Brut.
Artista Angolano
António Tomás Ana (Etona): Nasceu a 22 de junho de 1961 na Província de Zaire, município Soyo, em Angola. Em 1975 frequenta vários ateliers de artesãos, pintura e escultura no Soyo. É considerado como discípulo de pintura no ateliers do artista João Luís de Almeida começou a frequentar a união nacional de artistas plásticos (UNAP) 1985, enquadrando-se na brigada jovem de artes plásticas. Um mais tarde é eleito coordenador de brigada jovem de artistas plásticos (BJA), instituição liga a UNAP. Conclui o estudo medio em artes plásticas, 1995, e frequentou uma especialização de escultura de pedra com recurso a novas tecnologias no centro internacional de escultura em Pero Pinheiro, em Portugal.
Bibliografia
JAMISSE, Elídio Gabriel & ZIMBICO, Octávio José. Educação Visual Para Todos. 8ª Classe. 1ª Ed, DINAME. 2009.
SAMUEL, Filipe David Carrel. Desenho 10.ª Classe. 1.ª Ed.; Texto Editores, Lda-Moçambique. 2005.
MANJATE, RANGEL; MUTHEWUYE, Marcos & AUGUSTO, Pedro. Educação Visual 11.ª Classe. 1.ª Ed; Textos Editores, Lda – Moçambique. 2010
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